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Muito cuidado com suplementos alimentares, quando mal usados eles engordam e diminuem a massa muscular

Consumo precisa de acompanhamento nutricional, evitando problemas hormonais

 

Muitas pessoas, quando começam a fazer academia, logo querem somar aos exercícios o uso de suplementos alimentares, para chegar logo ao resultado desejado. Mas até que ponto o uso dessas substâncias é indicado?

 

Normalmente, por falta de tempo de se alimentar corretamente, o organismo acaba tendo carências nutricionais. E é para isso que estes produtos foram desenvolvidos: para suprir a falta das substâncias encontradas nos alimentos (como carboidratos e proteínas, por exemplo).

 

Porém, muitos novos atletas apelam para a suplementação para conquistar aquele corpinho mais rápido, sem orientação profissional. E é aí que mora o perigo. A atividade física deve ser orientada por profissionais, assim como a suplementação e nutrição, senão nada acontece. Feita corretamente, aliada à academia, a utilização de suplementos pode melhorar a performance das atividades físicas, como explica a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional, em São Paulo (SP). "Através dos repositores energéticos é possível potencializar o ganho de massa muscular (anabolismo), melhorar a recuperação, evitar a fadiga, além de beneficiar a saúde em geral".

 

Segundo a médica da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME), Renata Castro, não basta uma dieta balanceada, mas, sim, seguir um cardápio adequado ao gasto de colorias de cada um. Quem gasta mais pode consumir mais. Quem gasta menos deve consumir menos. "Dependendo do gasto energético diário do aluno, e da sua alimentação, os suplementos podem ser necessários atingir os objetivos estéticos".

 

Usar suplementos sem orientação pode trazer resultados opostos aos desejados, segundo a médica. "Se o usuário não tem suporte calórico adequado e freqüenta a academia esporadicamente, ele pode perder massa muscular e até ganhar peso", alerta. "Além disso, o uso indiscriminado dessas substâncias pode causar alterações renais (por causa uso excessivo da creatina), aumento de peso e gordura corporal (ao ingerir carboidratos), além do risco inadvertido de doping quando o produto tem procedência desconhecida e duvidosa.

 

Para o professor de Educação Física, Julio Marchetti, o uso dos suplementos com objetivos estéticos gera muitas discussões. "Aqueles que não fazem as refeições suficientes por dia, o suplemento é bem-vindo. Do contrário, o uso ainda é muito discutido entre especialistas e pode ser arriscado".

 

Ele completa dizendo que, se existe a oportunidade de seguir uma dieta balanceada, não é necessário utilizar os suplementos, pois todos os nutrientes que o corpo precisa podem ser encontrados nos alimentos.

 

A nutricionista Roseli diz que existem fatores muito importantes que devem ser avaliados antes da prescrição da suplementação, como, por exemplo: as necessidades de cada um, faixa etária, atividade física realizada, presença ou não de algum problema de saúde, entre outros.

 

Suplemento ou bomba?

 

Ainda existe muita confusão para definir a diferença - e, diga-se de passagem, a grande diferença - entre suplementos alimentares e anabolizantes. Os suplementos têm a função estimular o ganho de massa muscular através de substâncias como proteínas e carboidratos. Eles podem ser apresentados em cápsulas, géis ou tabletes.

 

Já os anabolizantes são hormônios masculinos (esteróides naturais ou sintéticos), que servem para aumentar o tamanho das células e sua divisão, resultando no desenvolvimento de tecidos muscular e ósseo. Eles podem ser administrados via oral ou injetável. Seu uso apresenta danos graves ao fígado, hipertrofia da próstata, aumento da pressão arterial, infertilidade, agressividade, entre outros efeitos colaterais.

 

O grande tumulto causado pelos suplementos alimentares, na realidade, é proveniente de uma grande irresponsabilidade causada por um determinado grupo de lojistas, treinadores de academias e, em grande parte, pelos próprios usuários. A utilização da substância com responsabilidade pode ser positiva, se feita da maneira correta.

 

Fonte: Portal Itodas

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