Cerca de 50% dos brasileiros têm alguma dificuldade em manter a ereção durante o sexo. É o que revela a pesquisa Mosaico Brasil, conduzida pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
 
O estudo, que teve apoio da Pfizer (fabricante do Viagra), contou com 8.237 pessoas de ambos os sexos, com mais de 18 anos e residentes em 10 capitais brasileiras. A grande maioria (70%) dos homens entrevistados tinha até 40 anos.
 
O paulistano é o mais infeliz
 
Os paulistanos temem decepcionar a parceira na cama, 60,9% têm preocupação freqüente com o próprio desempenho sexual e apenas 38,5% são confiantes. Mais da metade, 55,3%, apresenta algum grau de dificuldade de ereção. Esses dados estão na pesquisa Mosaico Brasil, conduzida pelo Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. A pesquisa revelou ainda que, entre dez capitais brasileiras, o paulistano é o menos satisfeito em relação a sexo.
 
Outro destaque da pesquisa é que, apesar de 70% dos brasileiros se auto-avaliarem como bons ou excelentes na cama, a preocupação com o desempenho é grande: 65,3% dos homens e 57,5% das mulheres temem decepcionar o parceiro.
 
"O medo de não satisfazer o outro chega a ser maior do que o receio de contrair uma doença sexualmente transmissível ou de gerar uma gravidez indesejada", comenta a psiquiatra. Ela ressalta que apenas 32% dos entrevistados afirmaram usar a camisinha corretamente. Isso significa adotar a proteção em todas as relações sexuais, exceto quando o parceiro é exclusivo. "A pessoa pode ter relações com apenas um parceiro, mas, se não tiver certeza de que o parceiro tem relações apenas com ela, o preservativo deve ser usado", reforça.
 
Abdo também avalia que houve um avanço importante no país em relação ao diálogo sobre sexo dentro de casa. A pesquisa mostra que 60% dos brasileiros tocam no assunto em família. Há cerca de dez anos, esse índice não chegava a 40%, segundo ela.
 
Veja outros resultados da pesquisa Mosaico Brasil:
 
- 45% dos brasileiros estão realizados tanto na vida sexual como na afetiva;
 
- os homens afirmam ter, em média, três relações sexuais por semana, enquanto as mulheres responderam ter apenas duas;
 
- se dependesse só da vontade deles ou delas, a freqüência dobraria: seis vezes por semana para os homens e quatro para as mulheres;
 
- homens e mulheres afirmam ter, em média, duas relações sexuais por encontro;
 
- 61,6% dos homens e 51,4% das mulheres distinguem vida afetiva de vida sexual;
 
- cerca de 76% das mulheres têm orgasmo freqüentemente (entre as gaúchas, a média é de 83,6%)
 
- para a mulher paulista, o sexo é o segundo fator mais importante para a qualidade de vida; já para os homens, o sexo aparece em quarto lugar.
 
Fonte: Ciência e Saúde
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