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Identificado hormônio que pode ajudar no tratamento da obesidade

Cientistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard identificaram nos ratos um novo tipo de hormônio que pode ajudar no tratamento de dois transtornos relacionados com a obesidade: resistência à insulina e acumulação de gordura no fígado.

 

A pesquisa, que será publicada na próxima edição da revista "Cell", analisou centenas de lipídios presentes no sangue, no tecido adiposo, no músculo e no fígado dos ratos, e a lipoquina foi identificada em todos eles.

 

Este hormônio, produzido por lipídios, foi descoberto recentemente e ainda não se sabia de que molécula se tratava. Agora, a equipe comandada pelo professor Gökhan Hotamisligil conseguiu identificar que o hormônio - C16:1n7-palmitoleate - é fabricado pelas células adiposas e que viaja através da corrente sanguínea para o músculo e para o fígado.

 

Nestes tecidos, o hormônio ajuda a aumentar a sensibilidade à insulina (necessária para que a glicose no sangue entre nas células) e a bloquear a acumulação de gordura no fígado.

 

Além disso, o palmitoleato também detém a inflamação, um processo que, segundo estudos prévios realizados por Hotamisligil e outros colaboradores, seria um fator importante para o desenvolvimento de doenças metabólicas.

 

Para realizar estes experimentos, os cientistas utilizaram ratos transgênicos incapazes de depositar a gordura da comida. Isso explica o fato de que a gordura armazenada por estes animais no tecido adiposo era a mesma produzida por eles.

 

Os pesquisadores observaram que essa gordura intensificava o sinal do hormônio recebido pelo músculo e pelo fígado, melhorando a sensibilidade à insulina e à absorção de nutrientes.

 

Os ratos manipulados geneticamente tiveram melhores resultados seguramente devido aos efeitos benéficos do palmitoleato sobre o controle do metabolismo. Eles não desenvolveram diabetes nem doenças cardíacas e também não acumularam gordura no fígado, embora estivessem submetidos a uma dieta rica em gorduras.

 

Apesar dos resultados do estudo, eles estão longe de serem aplicados em seres humanos, pois ainda se deve comprovar se o efeito do palmitoleato é tão importante em nós como nos ratos.

 

A equipe do professor Hotamisligil acredita que, se for assim, o hormônio pode ser usado para tratar ou prevenir essas doenças.

 

Fonte: Ciência e Saúde

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