Boa parte das pessoas infectadas com o vírus da dengue não apresenta sintomas. O aparecimento deles é influenciado por diversos fatores, como o tipo de vírus, a idade do paciente, seu estado imunológico, bem como sua constituição genética.
A doença, contudo, evolui rapidamente nas pessoas que desenvolvem os sintomas, exigindo acompanhamento médico a partir do surgimento dos primeiros indícios de dengue até o desaparecimento total dos mesmos.
"Ao perceber os primeiros sintomas, a pessoa precisa procurar assistência médica. Só um médico pode avaliar se o quadro é mesmo de dengue ou de outra doença com sintomas semelhantes", recomenda Andrea D'Ávila Freitas, infectologista da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Segundo ela, qualquer pessoa pode contrair a doença. Mas ainda existem lacunas na compreensão do mecanismo fisiopatológico que leva ao aparecimento de suas formas graves. "A teoria mais aceita diz que indivíduos com infecção prévia, quando em contato com outro sorotipo, desenvolvem as formas mais graves", revela a pesquisadora.
Dengue clássica ou hemorrágica
Assim que a pessoa é picada pela fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti, o vírus entra na sua corrente sangüínea e aloja-se em órgãos como baço e fígado. Lá, replica-se durante um período que varia de três a sete dias, fase conhecida como incubação, anterior ao aparecimento dos sintomas.
Após o período de incubação, o vírus volta a circular no sangue, replica-se nas células, gerando respostas inflamatórias, e atinge a medula óssea, interferindo no número de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue.
Os principais sintomas da dengue clássica são febre alta com início repentino, dor intensa nos músculos e nas articulações, dor de cabeça, especialmente atrás dos olhos, fraqueza e manchas avermelhadas na pele. Também são relatados cansaço e fraqueza, náusea, vômito e diarréia, além de perda do paladar e do apetite. Algumas pessoas podem ter pequenos sangramentos, principalmente no nariz e nas gengivas.
De acordo com Gustavo Johanson, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), as formas graves da dengue passam pelos sintomas de sua manifestação clássica. "A dengue é muito dinâmica e rápida. Sua evolução dura de sete a dez dias e, de uma hora para outra, pode ocorrer a queda da pressão", lembra Freitas. Por isso a importância do acompanhamento médico.
A queda de pressão arterial é um dos principais sintomas da síndrome do choque da dengue, apontada pelo infectologista Edimilson Migowski, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), como a maior causa de morte associada à doença. Em seguida, estão as lesões hepáticas e os sangramentos.
A dengue hemorrágica, uma das manifestações graves da doença, caracteriza-se não apenas pela febre alta, mas também por sangramentos intensos, vômitos e fezes com sangue, além de hematomas no corpo.
Dor abdominal intensa, tontura e queda de pressão também são sinais de alerta. Muitas vezes, esses sintomas aparecem no quarto dia de manifestação da doença, assim que a febre desaparece. Como o quadro clínico se agrava rapidamente, podendo levar a insuficiência circulatória e choque, a pessoa precisa procurar imediatamente apoio médico.
O choque caracteriza-se pela queda acentuada de pressão acarretada pela dilatação dos vasos sangüíneos. Tontura, visão turva e perda dos sentidos são algumas das conseqüências. Numa segunda fase, a pessoa em choque apresenta a pele fria e com coloração azul-arroxeada, além de pulso rápido. Pessoas com dengue clássica também podem apresentar o quadro devido à desidratação.
Fonte: Uol
0 comentários:
Postar um comentário