Subiu para 25 o número de mortes por dengue hemorrágica na Bahia, conforme números divulgados na tarde desta segunda-feira (16) pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Os dados, referentes ao início do ano à primeira semana de março, revelam um aumento de 12 mortes em relação ao total divulgado até o final de fevereiro, quando as mortes decorrentes da forma mais grave da doença alcançavam 13.
 
O número de notificações da dengue clássica também subiu em uma semana de 15.395 para 21.407, total 270% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
 
O número de mortes, porém, pode estar abaixo do real, já que cerca de 26 casos aguardam confirmação de análise no Laboratório Central (Lacen)
 
As cidades onde ocorreram as mortes são: Porto Seguro (5), Itabuna (5), Jequié (3) Salvador (3), Simões Filho (2), Floresta Azul (2), Ibirataia (1), Ipiaú (1), Itabela (1), Itapetinga (1), Ubaitaba (1).
 
As crianças Zidane Porto, de 10 anos, morador do distrito de Guaibim, Valença, no sul do Estado, e Mel Rany Dantas da Luz, de 6 anos, de Feira de Santana, podem ser as mais recentes vítimas da doença na Bahia. Zidane morreu na noite de sábado (14) na ambulância que o conduzia da Santa Casa de Misericórdia de Valença, onde estava internado, para o Hospital Couto Maia, em Salvador. Mel faleceu no final da manhã de hoje, no Hospital Clériston Andrade, após ter sido transferida do Hospital Dom Pedro apresentando os sintomas da doença.
 
Um exame sorológico feito no sangue do menino Zidane e exames clínicos detectaram que ele estava com dengue. Entretanto, informações da equipe técnica da Santa Casa de Misericórdia indicam de que o garoto tinha problemas no coração e sofreu duas paradas cardíacas. Um resultado oficial sobre a causa da morte de Zidane só deverá ser conhecido dentro de 10 dias. Caso seja confirmado como dengue o motivo da morte do garoto, ele será a 26ª vítima fatal da doença somente este ano.
 
O grande número de casos de dengue no Estado levou o governo da Bahia a decretar situação de emergência em sete municípios: Itabuna, Ilhéus, Ipiaú, Irecê, Jacobina, Jequié e Porto Seguro.
 
Na última quinta-feira, o Ministério Público Estadual abriu um inquérito civil nos municípios onde são registradas as maiores ocorrências, com o objetivo de apurar responsabilidades pelo não-cumprimento de metas preventivas, que poderiam evitar os números alarmantes da doença.
 
Críticas
 
Nesta manhã, ao participar da inauguração do primeiro cento de hidratação no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, o ministro da Saúde José Gomes Temporão criticou os administradores públicos baianos. Ele disse que o Estado ignorou os alertas feitos pelo ministério ano passado e foi incapaz de impedir a ocorrência de uma epidemia.
 
"Não foi por falta de apoio, nem aviso. O governo federal é responsável inclusive, por enviar 40% dos recursos de combate à dengue. Nós treinamos profissionais, fizemos publicidade falando da doença, mas de alguma forma aquele alerta do ano passado não foi o suficiente", disse Temporão.
 
Ele acredita que a falta de continuidade nas políticas municipais contribuiu para o agravamento da situação, já que a maioria dos prefeitos tomou posse no início deste ano, após as eleições municipais de 2008. "Nâo se pode deixar de manter a continuidade do combate ao vetor (de transmissão), pelo contrário. Mas muitos municípios, por questões administrativas ou políticas, permitiram que isso acontecesse.
 
Não se pode dizer, porém, que foi este o caso de Itabuna, um dos municípios onde a situação é ainda mais grave. O ex-prefeito Fernando Gomes (DEM) conseguiu eleger o seu sucessor, Nilton Azevedo (DEM). Na sexta-feira da semana passada, o governador Jaques Wagner acusou a administração anterior de Itabuna pelo desvio de R$ 9 milhões em recursos da União destinados ao combate à doença
 
Fonte: Ciência e Saúde
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