O alívio para males posturais pode estar na sola do pé. É nisso que confiam e apostam os profissionais que trabalham com podoposturologia, a reprogramação postural por meio de palmilhas. René Bourdiol, fisioterapeuta francês, foi quem desenvolveu, nos anos 80, princípio segundo o qual as bases da correção postural seriam neurológicas e não somente mecânicas.
 
A região plantar possui neurosensores que são sensíveis às alterações na pisada e, por conta disso, um mínimo contato com a sola do pé seria capaz de desencadear um estímulo simultâneo no sistema nervoso central. "O tratamento está na reprogramação da postura pelo uso das palmilhas", atesta a fisioterapeuta Andrelina Magalhães, especialista em baropodometria e podoposturologia do Studiu Passu, em São Paulo.
 
Para surtir esse efeito, a palmilha é feita sob prescrição, após avaliação minuciosa do paciente com aparelhos e exame clínico. "A primeira etapa é o plantígrafo, uma espécie de carimbo do pé que checa os pontos de pressão na pisada", diz Andrelina. O podoscópio é o próximo estágio para medir a distribuição das pressões no solado.
 
A fisiatra Christina May Moran de Brito, do Hospital Sírio-Libanês, explica que a baropodometria é o exame usado para uma avaliação dinâmica da pisada, feita com palmilha com sensores. Segundo ela, o uso das palmilhas serve para compensar assimetrias, que levam a condições dolorosas do sistema osteomioarticular (ossos, músculos e articulação). O organismo tem uma adaptação natural às diferenças de tamanho, especialmente as abaixo de 1 cm. "A palmilha é mais para prevenção de lesão", sugere Christina.
 
Entre o solo e os pés, a cura
 
As palmilhas desenvolvidas segundo os princípios da podoposturologia podem tratar diversas patologias e problemas posturais. A construção das palmilhas utiliza peças (chamadas de elementos, barras, cunhas ou calços) que desencadeiam as correções na pressão. O objetivo é distribuir a força de reação do solo por toda a região plantar. "A palmilha faz a compensação das diferenças posturais", explica a fisioterapeuta Andrelina Magalhães. As palmilhas normalmente são feitas com EVA, ou por fisioterapeutas (como no Studiu Passu), ou por um ortesista. "Quem pratica atividade física sempre tem lesão e o ideal é usar palmilhas sempre", recomenda. O indicado é um primeiro retorno após 40 dias. Depois, o acompanhamento pode ser feito de seis em seis meses.
 
Fonte: Yahoo
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